
Há quem ache discutível esta vontade de recuperar o antigo, alegando que os tempos mudam e que de qualquer das formas é impossível reproduzir o que já não existe. É uma verdade, mas parcial. Outra verdade é que este desejo de acarinhar o antigo é uma coisa recente, pós-moderna mais do que moderna (se na modernidade o que se quis foi construir contra o passado, em grande escala, como se o planeta inteiro se pudesse transformar numa enorme indústria, organizada segundo as regras da economia e da matemática). Felizmente existe já uma massa crítica que não se coloca à margem da discussão mas que coloca a tónica na necessidade de regressar a uma vivência à escala humana. Nesse novo mundo (que é admirável sem ser monocromático), elementos da pré-modernidade, da modernidade e da pós-modernidade coabitam numa harmonia que não é uma ideia universal, antes a vontade de se identificar com um espaço, feito à medida dos seus habitantes.