sexta-feira, 30 de julho de 2010

Soalhos em progresso

Divisões transformadas em autênticas oficinas de serração e tábuas de madeira empilhada só podiam significar uma coisa: o chão ia regressar à casa, o que, depois de meses de equilibrismo sobre vigas e destroços, significava um descanso para os mais achacados às sensações vertiginosas e para as adeptas do tacão alto. Infelizmente, as madeiras originais revelaram-se irrecuperáveis. Foi necessário substitui-las com a tradicional madeira de pinho. Aqui fica uma amostra de um soalho colocado no segundo piso que prenuncia já um belo efeito cenográfico final.

Pequenos grandes detalhes

Enquanto o Verão insiste em presentear-nos com temperaturas extremas, as visitas às obras vão revelando um desenvolvimento progressivo, a bom ritmo. Há trabalhos invisíveis, como o das marcenarias, que estão a ser trabalhadas fora do local; outros de pequeno impacto visual mas de grande benefício futuro (canalizações, tubagens, fios e quejandos). Finalmente há os de execução rápida mas de grande efeito, como o reboco de paredes exteriores ou o início da aplicação dos soalhos de madeira. Ficam para já dois exemplos do trabalho na parede lateral, junto à escadaria de acesso ao quintal.

sábado, 24 de julho de 2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Bomba-coração (encore une maison equipée)


O sistema de aquecimento em muito se assemelha à circulação humana. Existe a pequena circulação, que serve para obter o calor (oxigénio no caso do Homem), enquanto tubos vermelhos e azuis desenham a grande circulação que o distribui. Depois há uma máquina, que assegura que tudo isto aconteça sem falhas e no tempo certo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

14ª janela

Parece uma moldura à espera de recheio. Nasceu no segundo piso e é uma janela interior, virada para o vão da escada. Para lá transita uma das caixilharias exteriores, que assim começa uma segunda vida, de acordo com o muito estimável princípio da reciclagem de materiais.

sábado, 17 de julho de 2010

Modelo 43


Primeira ronda para escolher materiais para casas de banho. Numa economia de mercado ocidental de século XXI, ainda que de segunda ou terceira linha, isso significa tempo substancial investido a avaliar miríades de possibilidades. Apesar disso, o valioso filtro do arquitecto permitiu avançar várias etapas. Numa tarde foram escolhidos azulejos, louças e torneiras. Para a casa de banho do segundo piso, que vai assumir uma aparência mais clássica (contemporânea da casa), a opção recaiu num lambrim de azulejo verde claro rematado a meio da parede por uma tira de azulejo preto. Daí para cima, uma parede branca, comme il faut.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bomba de calor e radiadores



Quem tenha estado a seguir a evolução de uma casa na baixa já deve ter reparado que está cheia de canos e tubos. O conjunto dos tubos azuis e vermelhos correspondem à ligação do reservatório da bomba de calor (com capacidade para 300 litros) aos radiadores. O sistema escolhido foi o Pack Inverter Spydro da AJTech, que corresponde a uma bomba de calor (ar/água) de alta temperatura hidráulica. A opção deve-se à possibilidade de ligação paralela a painéis solares, cuja pré-instalação já foi assegurada (encontra-se em fase de estudo). Os radiadores que nos irão aquecer nas noites frias de inverno são do modelo Strada da Jaga. Recorrem a uma tecnologia low-water que resulta em elevados valores de emissão, diminuindo assim o dispêndio de energia.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Electric dreams #2


Poucos dias depois da visita anterior, o terreno já se encontra preparado para receber a dádiva de Thomas Edison à civilização moderna: a electricidade. E com ela, qual criação de Frankenstein de novo milénio, por entre cabos, tomadas e interruptores, animando máquinas, equipamentos e tecnologias, se trará nova luz e vida a uma casa na baixa.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Caixilharia

Devido ao avançado grau de degradação das portadas e janelas da casa e tendo em conta a necessidade de isolamento térmico e acústico toda a caixilharia exterior será substituída, mantendo o desenho original e com a instalação de vidros duplos. Tacula (Pterocarpus soyauxii) foi a madeira escolhida, dada a sua grande durabilidade, impregnabilidade média e grande resistência a fungos e bicharada (xilófagos, tecnicamente). Trata-se de uma árvore originária da África central e tropical, que chega a atingir 30 metros de altura. Para além da madeira, outras partes são utilizadas: enquanto que as folhas são ricas em vitamina C, podendo ser utilizadas na alimentação, extractos da sua casca são utilizados para o tratamento de infecções por fungos e para a eliminação de parasitas cutâneos. Devido à sua capacidade de ressonância também é muito utilizada em instrumentos de percurssão e de cordas.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Tubos

A preencher os roços, encontrámos estes tubos, que viajam pela casa sempre aos pares. Transportam dentro algo em que não apetece muito pensar neste período de canícula intensa - o aquecimento central - mas os residentes e visitantes vão agradecer este privilégio quando o Inverno tripeiro chegar.

The thin red line

De regresso após um interregno no sul da península itálica, onde se pôde apreciar o património arquitectónico e urbanístico de Nápoles (a cidade onde o passado mais convive com o presente, em sucessivas camadas verticais de História), a vontade de espreitar as novidades na casa era grande. Uma delas foi esta linha vermelha, desenhada aparentemente com exactidão em todas as divisões à mesma distância do chão e cujo significado ainda está sob escrutínio. Na linguagem bélica, a 'thin red line' representa a capacidade de uma força militar exígua resistir ao ataque de forças desmesuradamente maiores.

PS: entretanto o arquitecto confirma que a função da linha é a de nivelar em cada piso todas as intervenções abaixo, até ao soalho, e acima, até ao tecto, corrigindo ou prevenindo eventuais desnivelamentos.